Skip to content

PORTAL DF NOTÍCIAS

Primary Menu
  • Home
  • DIREITOS HUMANOS
  • EDUCAÇÃO
  • ÚLTIMAS NOTÍCIAS
  • SAÚDE
  • GERAL
  • Home
  • 2025
  • dezembro
  • 22
  • Ato nos Arcos da Lapa pede fim da violência contra mulheres e LGBTQIA+

Ato nos Arcos da Lapa pede fim da violência contra mulheres e LGBTQIA+

thiago 22 de dezembro de 2025

Diferentes movimentos sociais participaram de um ato público neste domingo (21) pelo fim da violência contra mulheres, pessoas LGBTQIA+ e minorias vulneráveis que são alvos deassassinatose agressões em todo o país.

A concentração estava marcada para começar às 14h, mas o sol e o calor deste início do verão levaram a parada a começar bem depois da hora prevista.

O ato foi convocado e organizado pelaCasaNem, um centro de acolhimento localizado na cidade do Rio de Janeiro que abriga pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, em sua maioria transexuais e travestis. A instituição desenvolve programas e atividades focadas na autonomia e cultura dos seus moradores, além de realizar atendimentos e oferecer oficinas e cursos.

Agressões brutais

A fundadora da Casa NEM, Indianarae Siqueira, disse à Agência Brasil que a convocação para a manifestação deste domingo foi tomada após a ocorrência de dois casos que chocaram o país este ano, com foco na população trans.

O primeiro caso foi o de umaadolescente trans de 13 anos que está internada em estado grave após ser brutalmente agredida e queimada em via pública, em Guarapari, no Espírito Santo. A jovem foi encontrada caída no chão, com queimaduras extensas pelo corpo e no rosto. Ela está internada no Hospital Infantil de Vitória, sem previsão de alta. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

O outro caso foi o de Fernando Vilaça, de 17 anos, morador de Manaus, que sonhava ser veterináriomas foi espancado até a morte por LGBTfobia.

Indianarae afirmou que a morte desses jovens reforça a necessidade de criação de políticas públicas no país que protejam a juventude LBGTQIA+ e estabeleçam que o combate ao preconceito deve ser ensinado desde o início do processo de alfabetização das crianças.

Educação

Para Indianarae, a violência contra as mulheres e a população LGBTQIA+ não cresceu, mas ganhou mais visibilidade com a criação de novas leis e o avanço dos mecanismos de denúncia.

“O que a gente não via antes, não tinha noção, as pessoas passaram a denunciar mais”, disse. “Quando a LGBTfobia se tornou crime também, as pessoas passaram a denunciar mais. A gente não quer que seja assim mas, infelizmente, criminalizando, às vezes, é uma maneira pedagógica para as próximas gerações entenderem que isso não pode mais ser possível e não pode ser aceitável em uma sociedade”.

Indianarae reforçou que, na realidade, é preciso entender que a fonte das opressões contra as comunidades vulneráveis vem do machismo, do patriarcado, e que a luta não é contra os homens cisgêneros, nem contra as pessoas.

“É contra o sistema opressor. É diferente. Mas a gente precisa, de alguma maneira, encontrar um meio, através da educação, de acabar com a violência. A gente precisa educar as pessoas na base, nas escolas, em casa. O mesmo ocorre em relação à questão da ecologia, das mudanças climáticas. Tudo é educação. Porque os que aprendem na escola serão os pais das próximas gerações que já vão educar os filhos em casa, para que as novas gerações sejam cada vez mais educadas. É um ciclo constante de educação que não se pode romper”

Mudança de vida

Participante do ato, a mulhertrans Laisa, de 30 anos, defende a igualdade de direitos de as pessoas serem como são e acredita que omovimento promovido pela CasaNem vai nessa direção. “É para falar do amor, pelo respeito, pela igualdade, pela junção das pessoas, independentemente de fazer parte dessa bandeira ou não”.

Já a MC Raica conta que participou do evento cantando funk, como uma forma de retribuir o apoio que tem recebido da CasaNem.

Ela cantou na Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro deste ano, em Copacabana, e também da deQueimados, na Baixada Fluminense.

“Aos poucos, as coisas estão acontecendo. Tem um gosto de realização para mim e inspiração para outras. A gente só se viu na esquina ou em salões de beleza. Hoje em dia, a gente pode ser o que quiser”.

Raica disse que a principal motivação do ato nos Arcos da Lapa é lutar contra a violência e pelos direitos “que todos merecemos”.

“Somos todos iguais, merecemos os mesmos direitos, o trabalho digno. Hoje, estou trabalhando de carteira assinada e saindo da prostituição aos poucos. Estou vivendo uma outra realidade. Não podemos desistir. Temos que lutar sempre”, disse, ressaltando oapoio que tem recebido da CasaNem e do Instituto Trans Maré. “Se não fossem elas, eu não estaria aqui hoje. Elas têm me apoiado bastante. E eu acho que tem que ser assim: umas apoiando as outras, porque, no final, somos nós por nós mesmas, enquanto o sistema tenta nos punir o tempo todo”.


Rio de Janeiro (RJ), 21/12/2025 – Talita Aires, Laísa e a MC Raica Devassa participam da Parada LGBTQIAPN+ da Lapa.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Talita Aires, Laísa e a MC Raica Devassa participam da Parada LGBTQIAPN+ da Lapa. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Fundadora do Instituto Trans Maré,Lohana Carla conversou com a Agência Brasilsobre o trabalho de acolhimento amulheres trans e travestis da comunidade, realizado desde pandemia de covid-19, para prestar assistênciapsicológica ejurídica, além de apoio à alimentação e moradia, oferecendo empregabilidade.

Lohana lamentou que sejam vistas cada vez mais mulheres sofrendo agressões no país. “Mas nós, trans, também sofremos agressões”, destacou. “A gente quer abrir o olho da sociedade para todos os campos que sofrem violência. Falam muito em direitos, mas, para nós, está se usando só uma boa maquiagem. As pessoas trans sofrem transfobia, preconceito. É preciso lutar contra isso”.

Eliane Linhares compareceu representando a Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (CST) e também o grupo Jocanas Arariê, que prega a igualdade contra a violência e a proteção também à mulher indígena. Em um cartaz, Eliane mostrava que a luta é pela criminalização da misoginia, pela prisão para feminicidas e estupradores e por verbas públicas para proteção das mulheres.

Números

Números comprovam a gravidade da situação que atinge tanto mulheres quanto a população LGBTQIA+. De janeiro a setembro deste ano, mais de 2,7 mil mulheres sofreram tentativas de feminicídio. Outras 1.075 morreram vítimas desse crime.

Além disso, o Brasil segue como o país com o maior número contabilizado de assassinatos depessoas trans e travestis no mundo, pelo 17º ano consecutivo.

Em 2024, o Grupo Gay da Bahia registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, o que representa uma morte a cada 30 horas. O Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Dossiê ANTRA) contabilizou 122 assassinatos de pessoas trans no ano passado, sendo 82% das vítimas pessoas pretas e pardas.

De acordo com o Atlas da Violência 2025, as agressões contra a população LGBTQIA+ cresceram 1.227% em dez anos. No caso específico de travestis, os registros saltaram de 27 casos,em 2014, para 659, em 2023 ─ um aumento de 2.340%. O Atlas destaca que, nos últimos dez anos, o número de casos de violência contra mulheres trans subiu de 291 (2014) para 3.524 (2023), crescimento de 1.110%. Contra homens trans, o aumento foi ainda maior: 1.607%, passando de 78 para 1.332.

About The Author

thiago

See author's posts

Post navigation

Previous: Lucas Pinheiro é prata em etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino
Next: Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Posts recentes

  • Padre Júlio diz que há conspiração contra trabalho da Pastoral de Rua
  • Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura
  • Ato nos Arcos da Lapa pede fim da violência contra mulheres e LGBTQIA+
  • Lucas Pinheiro é prata em etapa da Copa do Mundo de Esqui Alpino
  • Brasil não assina comunicado sobre Venezuela liderado pela Argentina

Comentários

Nenhum comentário para mostrar.

Arquivos

  • dezembro 2025
  • novembro 2025
  • outubro 2025
  • setembro 2025

Categorias

  • Direitos Humanos
  • DIREITOS HUMANOS
  • ECONOMIA
  • EDUCAÇÃO
  • ESPORTES
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • JUSTIÇA
  • Política
  • SAÚDE
  • Sem categoria
  • ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Copyright © All rights reserved. | MoreNews by AF themes.