Cinco unidades de conservação estaduais, uma federal e duas terras indígenas próximas ao Rio Madeira passam a ter gestão integrada. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, assinou esta semana portaria que cria o Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Madeira, que abrange 2,4 milhões de hectares no Amazonas, na área de influência da BR-319.
Considerado um marco para a conservação da Amazônia, o mosaico é um modelo de gestão que reúne um conjunto de áreas protegidas próximas ou sobrepostas, de diferentes categorias de manejo, administradas de forma integrada e participativa.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a medida ampliará a proteção ambiental e promoverá o ordenamento territorial na região, ao fortalecer estratégias de governança, fiscalização ambiental e incentivar a geração de renda sustentável pelo turismo e pela agricultura familiar.
As áreas que vão compor o mosaico são as seguintes: Reserva Extrativista (Resex) do Lago do Capanã Grande, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Amapá, do Rio Madeira, Igapó-Açu, do Matupiri e o Parque Estadual do Matupiri, geridas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas; e as Terras Indígenas Cunhã-Sapucaia e Arary, administradas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O reconhecimento do mosaico fortalece estratégias de governança, fiscalização ambiental e incentiva a geração de renda sustentável por meio do turismo e da agricultura familiar.
Próximos passos
Resultado de dois anos de planejamento, a criação do Mosaico do Baixo Rio Madeira envolveu diálogo entre diferentes setores, como órgãos ambientais, associações comunitárias, pesquisadores e organizações não governamentais.
Com oficinas de gestão integrada e debates, as discussões consolidaram um plano de ação estruturado em três eixos principais: proteção e governança, comunicação e informação e geração de renda sustentável.
Entre as ações previstas para os próximos anos, estão o fortalecimento das bases de fiscalização, a implementação de sistemas de monitoramento ambiental, o incentivo a atividades produtivas sustentáveis e a criação de mecanismos para ampliar a participação social na gestão do território.